No palco, Antonio Nóbrega divide com o público as suas reflexões sobre a dança. Tendo a multidisciplinaridade como uma de suas mais marcantes características, o artista pernambucano já dedicou três espetáculos a ela (O Reino do Meio-Dia, Figural e Passo) e pensa a respeito desde os seus 18 anos, quando foi completamente seduzido por essa expressão corporal e cultural.
Além de dançar, naturalmente, Nóbrega toca e se apresenta acompanhado por duas jovens bailarinas: Maria Eugênia Almeida e Marina Abib, que dividem com ele as atuações e as criações coreográficas. Os oito músicos que participam do espetáculo se revezam entre variados instrumentos de corda, sopro, teclado e percussão, executando uma trilha sonora rica em composição de timbres sonoros e heterogeneidade rítmica– na qual cabem até peças clássicas de Bach e Tchaikovsky.
As danças, apresentadas em solos, duetos e trios, são entremeadas por falas do artista sobre algumas questões relacionadas ao tema, como a origem das danças populares brasileiras, sua recriação e articulação numa linguagem brasileira de dança etc. Desta forma, o formato de aula-espetáculo se transforma num show de movimentos delicados, envolvidos pelos batuques, os cortejos e as rodas que criam novas conexões corporais.
Acompanhando e complementando suas idéias, é exibida uma série de imagens no telão. Através dele, vemos passos, gingados, saltos, giros e vários outros movimentos corporais da rica cultura popular brasileira. A idéia central é expor ao público como Antonio Nóbrega tem procurado articular o amplo e versátil vocabulário de passos em torno de uma linguagem contemporânea de dança, tanto quanto estabelecer novos diálogos criativos com outras culturas brasileiras.
Em Naturalmente, Nóbrega consegue, excepcionalmente, unir arte e conceito em torno de um tema tão particular quanto universal.
Ficha técnica
Direção e concepção: Antonio Nóbrega
Coreografias e atuação: Antonio Nóbrega, Maria Eugênia Almeida e Marina Abib
Figurinos: Eveline Borges
Máscaras e figurinos do espetáculo Figural: Romero de Andrade Lima
Criação de luz: Marisa Bentivegna
Direção musical: Edmilson Capelupi
Músicos: Cleber Almeida (bateria), Daniel Allain (sopros), Edmilson Capelupi (cordas), Edson Alves (cordas), Will (trombone), Léo Rodrigues (percussão), Olívio Filho (acordeão), Zé Pitoco (sopros e zabumba).
Operação de Som: André Andrade e Tuca Pradella
Operação de Luz: Marisa Bentivegna
Rodie: Adilson Ramos
Assistente de Figurino: Rita Mistroni
Costureira: Nilda Dantas
Escritório: Marília Trevisani
Produção executiva: Maíra Viana
Direção de produção: Silas Redondo
Imagens: Giros Produções
Patrocínio: Itaú e Lei Federal de Incentivo à Cultura
Produção Executiva: Brincante
Produção Local: C2A Produções Culturais
Assessoria de Imprensa Local:
CL Comunicação: (31) 3274 8907
Christina Lima e Fernanda Pereira
SERVIÇO:
Naturalmente - Teoria e Jogo de Uma Dança Brasileira
Data: 15 de março de 2012
21 horas
Palácio das Artes
Inteira - R$30,00 Meia R$15,00
Informações 3236-7400
Antonio Nóbrega
Antonio Nóbrega nasceu em Recife, Pernambuco, Brasil, em 1952. É violinista desde criança. No final dos anos 1960 participava da Orquestra de Câmara da Paraíba e da Orquestra Sinfônica do Recife quando, convidado por Ariano Suassuna, passou a integrar, como instrumentista e compositor, o Quinteto Armorial - grupo precursor na criação de uma música de câmara brasileira de raízes populares.
A partir dos anos 1970 percorreu quase todo o Brasil estudando as manifestações populares, aprendendo cantos, toques instrumentais, danças, modos de representar dos brincantes, folgazões e demais artistas populares.
Fruto desse envolvimento, a partir de 1976 começou a desenvolver um estilo próprio de concepção em artes cênicas, dança e música, apresentando a partir de então os espetáculos “A Bandeira do Divino”, “A Arte da Cantoria”, “Maracatu Misterioso”, “Mateus Presepeiro”, “O Reino do Meio-Dia”, “Figural”, “Brincante”, “Segundas Histórias” e “Na Pancada do Ganzá” com grande sucesso no Brasil e exterior, recebendo diversos prêmios como “Shell”, “APCA” e “Mambembe”.
Em 1997, lançou o espetáculo, acompanhado do CD homônimo, “Madeira Que Cupim Não Rói” viajando pelas capitais brasileiras.
Em 1998 estreou o espetáculo “Pernambuco falando para o Mundo” também acompanhado de CD. No ano de 1999, participou do Festival D’Avignon (França) com o espetáculo “Pernambouc” preparado especialmente para o público francês.
Em 2000, estreou em Lisboa “O Marco do Meio Dia”, apresentado em Paris, Hannover e em mais de vinte cidades brasileiras.
Em 2004, realizou com o cineasta Belisário Franca, a série “Danças Brasileiras”, que vem sendo exibida pelo Canal Futura desde então.
O ano de 2002 foi marcado pela estréia do espetáculo “Lunário Perpétuo” e pelo lançamento do CD homônimo.
Em 2003, lançou o DVD “Lunário Perpétuo”, com o registro do espetáculo em película, sob a direção do cineasta Walter Carvalho. Nessa mesma época, apresenta em Berlim os espetáculos “Figural” e “Sol a Pino” e recebe das mãos do Presidente Luis Inácio Lula da Silva e do Ministro da Cultura Gilberto Gil a Comenda do Mérito Cultural.
Entre 2003 e 2005, a turnê de “Lunário Perpétuo” passou por várias capitais e grandes cidades brasileiras além de Portugal, Cuba, Rússia e França.
No ano de 2006, lançou dois CDs e o espetáculo homônimo “9 de Frevereiro”. No mesmo ano ganhou o Prêmio TIM, pelo CD “9 de Frevereiro”.
Em 2007, criou o espetáculo de dança “Passo”, cuja estréia aconteceu em março de 2008, em São Paulo. Após a temporada de “Passo”, excursionou com um musical pela Espanha, apresentando-se em Madri, Barcelona e Saragoça.
Em agosto de 2008 lançou o DVD “9 de Frevereiro”, dirigido por Walter Carvalho.
Em 2009 estreou “Naturalmente – Teoria e jogo de uma dança brasileira”, com temporada em São Paulo. Escolhido pela Folha de São Paulo como melhor espetáculo de dança do ano, ganhador do Prêmio APCA e eleito pela Revista Bravo como Melhor espetáculo de dança encenado no país na primeira década do século XXI.
Em 2010, foi premiado pela Fundação Conrado Wessel na categoria “Cultura”, pelo conjunto de sua obra. Em 2011, lançou o DVD, “Naturalmente”, produzido pelo SESC e dirigido por Walter Carvalho.
Juntamente com sua mulher, Rosane Almeida, idealizou e dirige, em São Paulo, o Instituto Brincante local de cursos, oficinas, mostras e encontros que procuram apresentar aos próprios brasileiros um Brasil ainda pouco conhecido.
Além do violino, Nóbrega tem se dedicado ao bandolim, instrumento que, segundo ele, o aproxima mais do choro.
Atualmente trabalha com Walter Carvalho na gravação de um longa-metragem cuja estréia está prevista para final de 2012.