Foram investidos cerca de R$250 mil na recuperação de registros de
óbitos
Pela primeira vez na história de Belo
Horizonte, dois cemitérios particulares patrocinam a restauração de importantes
documentos que vão garantir o resgate da memória de nossa cidade. Os cemitérios
Bosque da Esperança Cemitério Parque e Parque Renascer Cemitério e Crematório
estão patrocinando a recuperação dos livros de registros de óbitos do Cemitério do Bonfim.
Os
patrocinadores investiram cerca de R$ 250 mil reais na restauração dos livros,
que contêm dados que remetem ao período da construção da
cidade. Neles é possível pesquisar a composição socioeconômica e cultural de
seus habitantes, entre outros temas. Estão sendo recuperados 21 livros manuscritos divididos em Livros de Registro de
Sepultamento, Livros de Protocolos de Processos, Livro de
Arrecadação da Seção de Rendas Patrimoniais e Livro de Divisão de
Patrimônio. Cada um desses documentos é composto, em média, por 500
páginas. Nove registros manuscritos já foram totalmente recuperados e o
restante deve ser concluído até outubro deste ano.
A restauração do material está sendo coordenada
pelo Instituto Cultural Flávio Gutierrez, e pelo
Arquivo Público da Cidade de Belo Horizonte (APCBH), que atualmente detém a
guarda do acervo e é o responsável pelo acompanhamento do processo de
recuperação dos documentos.
Restauração
Sob o gerenciamento do Instituto Cultural Flávio
Gutierrez, a empresa Grupo Oficina do Restauro é a responsável pela supervisão
dos trabalhos técnicos que foram iniciados em março deste ano e contam com a
participação de profissionais altamente especializados. Os livros estavam
bastante danificados e neles foram encontrados diversos tipos de danos, como os
causados por ataques de insetos, sujeiras e
degradações superficiais. Outros livros apresentavam danos que comprometiam a
sua estrutura, como perdas de suporte, rasgos, furos, quebras, vincos,
rompimentos de páginas, manchas, presença de fitas adesivas, fragilização de
costura, oxidação e danos nas capas.
Valor Social
Além dos profissionais contratados para
a restauração, o projeto de restauração do acervo do Cemitério do Bonfim
contratou adolescentes do Programa Valor Social, do
Instituto Cultural Flávio Gutierrez. Este programa, que existe desde 2008,
oferece cursos de qualificação para jovens na área de conservação. Tem como
objetivo capacitar jovens para atuarem como conservadores, assistentes de
restauradores, no mundo do trabalho. O Programa Valor Social é uma promissora
iniciativa de inserção sócio-cultural e profissional desenvolvida em Minas.
Incentivo às Artes
Apoiar as artes mineiras nas suas variadas manifestações
é uma prática desenvolvida há bastante tempo pelo Parque Renascer e Bosque
da Esperança, que patrocinou diversos lançamentos de livros, como: “Dizendo
Adeus”, do professor e doutor Evaldo A. D’Assumpção; “Os Comes e Bebes
nos Velórios das Gerais”, da escritora Déa Rodrigues da Cunha Rocha (o
livro ganhou em 2009 o respeitado prêmio Jabuti de Literatura, na categoria
Contos e Crônicas).
Em 2011, trouxe a Belo Horizonte o jornalista
mineiro Mário Marinho (radicado em São Paulo) para o lançamento de seu livro “Velórios
Inusitados”. Promoveu duas importantes exposições fotográficas, a primeira
da jornalista Liliane Rosa, intitulada “Cemitérios” e “Anjos de
Igreja”, da fotógrafa Izabel Chumbinho. Em 2009, o Parque Renascer e o
Bosque da Esperança patrocinaram a filmagem e o lançamento do curta “Revertere
ad locum tuum”, do diretor Armando Mendz, vencedor de diversos festivais.
Nas artes cênicas o Parque Renascer foi fundamental
para a realização de diversos espetáculos teatrais. Apoiou a montagem teatral “Andar
de Cima – Uma Comédia pra Amigos do Peito”, com o premiado ator e diretor
Luiz Arthur; o espetáculo musical “Mulheres de Hollanda”, concepção e
direção do dramaturgo mineiro Pedro Paulo Cava baseado na obra de Chico
Buarque. Atualmente patrocina a peça “Morte e Vida Severina”, um dos
mais bonitos espetáculos em cartaz no Teatro da Cidade e que tem músicas de
João Cabral de Melo Neto e direção de Pedro Paulo Cava.
Paralelo a todos este eventos, o Parque
Renascer o Bosque da Esperança realizam há oito anos o projeto cultural Aqui Jazz, que promove apresentações
gratuitas em praças da cidade de música instrumental.
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